sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Hermética? Que nada!

A leitura de um romance de Clarice Lispector proporciona uma viagem a um lugar profundissimamente extraordinário:  A nossa alma. O tempo imprevisível, os fragmentos, a linguagem irônica e a ânsia por escrever algo “adivinhado” em pleno momento em que se escreve resulta numa busca pela essência da própria vida. O que somos?  Como somos vistos? Por que morremos?
        Muitos não conseguem entender a literatura de Clarice, apesar da mesma usar uma linguagem simples. Para esses leitores uma leitura estimulante deve conter no mínimo fatos. Fator ausente no romance clariceano, uma vez que a autora mesmo criando personagens  com suas peculiares características, o que prevalece são as suas impressões existenciais. A realidade adivinhada. O pensamento sagaz. As agonias que insistem em surgir em momentos de pura contemplação provocando uma revolução no que estava “falsamente” sob controle.
          Imagino que a “pessoa” Clarice Lispector fora muito sozinha. Seus livros são perturbadores à medida em que lemos passagens sobre “O deus”, sobre as várias vezes em que se morre e também quando Clarice criou uma das suas personagens mais emblemáticas: Macabéa, que mal tinha consciência de existir. São aspectos que revelam “um olhar diferenciado”  sobre o ser humano  e sobre a própria linguagem. Clarice transborda poesia pura em muitos excertos. Fruto da sua alma sensibilíssima e inquieta em decifrar o que há em nossos recônditos.
           É necessário várias leituras de um romance clariceano. Qual profundo é o mergulho nos “estados d’alma” que Clarice proporciona. Não que a autora fosse alheia à realidade, longe disso. Na verdade Clarice internaliza os acontecimentos de maneira a “cavar” o cerne dos mesmos. Qual a razão disso? Então é assim? Nas palavras da própria: “não há pessoas que costuram para fora? Eu costuro para dentro”.
  

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012


Quem sabe  ainda sou uma garotinha...

         Dona de uma voz delicada e de um rostinho de porcelana, Sandy Leah lançou no final de outubro, seu EP composto por cinco músicas:  Princípios, Meios e Fins. Esse trabalho, segundo a própria Sandy ,era pra acabar resultando num álbum completo, entretanto Sandy optou por lança-lo em forma de EP, devido as primeiras faixas refletirem fielmente o estado em que a  “ gracinha” da cantora se encontra. E ter saído a contento para a mesma.
          A primeira amostra desse trabalho é a faixa “ Aquela dos trinta”, uma boa escolha pra divulgar o trabalho.  Na letra, Sandy  canta sobre o tempo  de uma forma divertida e com um refrão que corrobora com sua imagem de eterna musa adolescente. Isso mesmo, apesar da moça ter feito comercial de cerveja e de ter dado declarações polêmicas à revista Playboy, Sandy possui como marca pessoal  o talento para cantar coisas românticas, delicadas... Pelo timbre de sua voz e por sua persona física mesmo.  Claro, ela é humana, por isso há esse outro lado em que ela se expõe de maneira mais “devassa”.  É o tempo mesmo. Como bem discorre ela na música “Aquela dos trinta”.
           Apesar  de Sandy evidenciar seu talento na música sempre com essa brandura nas letras e na voz,  as más línguas não perdem a oportunidade de fazer piadas quando surge alguma oportunidade. A última delas foi por causa do nome da musa ser o mesmo do furacão que devastou Nova York. Sandy, é um nome comum nos EUA. Claro que muitas pessoas, são daqueles que “perdem o amigo, mas não perdem a piada”. Ossos do ofício de ser uma pessoa  famosa. Não é Sandy?

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Mais um pretexto

          Férias. Para a maioria é uma época de viagens e curtição. Descidas á serra, visita aos parentes distantes e tantas outras coisas que não podemos fazer em outro período que não seja esse. A mim, não significará isso. Viagens? Só se for ao meu subconsciente. Lugar totalmente desabitado de ideias e grandes aspirações. É pra lá quer tenho que ir. Sinto isso. "Conhece-te a tí mesmo". Disse o filósofo. Se grande parte das pessoas fizesse isso, ou tentasse ao menos, não viveríamos numa época tão medíocre.
          É claro que não limitarei-me a refletir e a fazer planos para o ano novo.  Planos que não ultrapassa o segundo dia do ano. Depois esqueço tudo que havia prometido. Parar de fumar. Estudar mais. Ser mais comunicativo. Doar- me mais `a vida que não seja só a que circunda minha mente de amendoim japonês do Paraguai. Afinal, haja promessa e negativismo em mim. Mas agora será diferente... espero de verdade chegar ao ponto que me leve ao esclarecimento e encorajamento pra agir. E fazer diferente.
          Farei uma faxina interior e no meu lar cheio de quinquilharias. E nos intervalos ouvirei cds antigos e lerei livros comprados a anos atrás. Certamente encontrarei objetos perdidos que tanto procurei outrora. Não devo esquecer de estudar o Budismo que tem sido o pilar dos meus dias. Sidarta Gautama renunciou a uma vida de riqueza pra encontrar a razão do sofrimento. E ele conseguiu, não só as resposta para isso: Ele conseguiu a sua "iluminação". Estado pleno de realização e grandeza da vida. Corpo e espírito. Enquanto eu travo uma luta pra sair da rotina. Ai vícios enfadonhos. A distração que traz o inesperado que nos vislumbra.
          Lógico que Clarice Lispector será minha companhia preferida nesse período de meditação e busca de sí mesmo. Eu que não aguento mais ser tão ensimesmado. Vou até explorar-me ao máximo pra ver se há outros de mim. E espero que sejam mais corajosos e livres como um cavalo novo igual ao da Clarice. Isso mesmo: Quero chegar ao mais próximo que conseguir do meu coração selvagem da vida minha.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Canta Brasil!


                

               Foi necessário a exibição de um programa televisivo em busca de uma nova voz, para que os telespectadores tivessem contato com a nossa MPB. Sim. A edição brasileira do The Voice proporcionou belos momentos não só aos participantes, mas àquelas pessoas que ficam em casa assistindo às apresentações de artistas que cantaram sucessos memoráveis e também mostraram hits atuais. Embora não haja tanta qualidade musical atualmente como outrora. Daí a importância do resgate dos grandes sucessos que assistimos ao longo do programa.
               Antes da estréia da edição brasileira do The Voice, a TV divulgava a exaustão grudentos hits monossílabos. E não foram poucos: Tchê tchê rê rê tchê tchê, Bara berê, Para papá, entre outras músicas que corroboram aos ideais de futilidade e pegação geral que toma conta sobretudo dos jovens. Isso sem mencionar os enfadonhos Lê lê lê que os pagodeiros adoram. Além das músicas sertanejas "anunciantes de carros", que só podiam cantar mesmo a vida frívola que o sistema capitalista apregoa. "Agora eu fiquei doce, igual caramelo. Tou tirando onda de Camaro amarelo. Sem falar naquela: "Vem ni mim Dodge Ram...  E o sentimento? o lirismo? a alma? Ao que parecia, isso não tinha espaço na TV aberta. Eis que Lulu Santos, Cláudia Leite, Carlinhos Brown e Daniel, os técnicos do The Voice Brasil, auxiliaram novos aspirantes ao sucesso a trilharem seus caminhos e enaltecer a verdadeira MPB.
                Como diz o rei Roberto Carlos: "São tantas emoções". Emoções que tomaram conta dos telespectadores. Eu me incluo nessa. Claro! Como bom apreciador de boa música, vibrei quando assisti a performance de Ellen Oléria cantando " Maria Maria" de Milton Nascimento, com Maria Cristina cantando "Carnavália" dos Tribalistas (olha o Brown aí), e também com Liah Soares cantando "Asa branca". Só pra citar algumas das melhores performances vocais que tivemos o privilégio de assistir.
                O programa revelou hoje a grande vencedora: Ellen Oléria , dona de uma voz poderosa que  em suas próprias palavras: " Canto o universo de uma negra, lésbica, criada no Chaparral, região entre Taguatinga e Ceilândia." Seu som é uma mistura de samba, soul, bossa nova, funk e muita poesia. O que pôde se comprovar com as músicas escolhidas por Ellen nas apresentações. Que foram arrebatadoras tanto para o público de casa, quanto para os técnicos do programa.
                Torço pelo sucesso de Ellen Oléria. E já estou com saudade das tardes de domingo em que belas vozes cantavam " uma diversidade cultural", um sentimento, o âmago da sensibilidade criativa que grandes artistas compuseram. Quanto aos Tchê tchê rê, tchu tcha tcha, lê lê lê, o vento levará, assim como leva tudo que é descartável e indispensável ao ouvido e ao coração. Oh dó!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Maldito

         A carne é fraca, diz o povo.
         É a pequenez do homem,
         No espaço que ocupa,
         Em que sua mente gira.
         E vive a aspirar míseros
         desejos mesquinhos.
          Instantes de êxtase.
          Um pulsar e um arrepio.
          Toda a vida é tão previsível.
          Limitada a reles sensações.
          Nesse cosmos que emite
          ecos insondáveis e luzes
          cegantes e cores cintilantes.
          Uma opala reluzente,
          Um sol de diamante.
          Entre tantos deslumbres.
          E o homem a inventar.
          As coisas que lhe rendem.
          Como simples necessitado.
          Pobre homem, escravo de sí mesmo.
          Preso a seus sonhos.
          Inerte num plano, acima de tudo.
          E o homem, dizem, num
          futuro incerto, no caos do
          funesto: Tornar-se-há: PÓ.
       
     
 

domingo, 25 de novembro de 2012

Simplesmente Legendtina

            Os últimos anos, segundo a mídia com seus números que norteiam e espalham os "fenômenos" do mundo pop, não foram muito promissores para a cantora Christina Aguilera. Apesar de ser considerada a "voz da década" e de ser técnica do programa americano The Voice, Aguilera é manchete recorrente devido aos seus problemas com a balança, ao fracasso de seu álbum de 2010 "Bionic", por ter errado a letra do Hino Nacional Americano no Superbow, por ter caído durante a performance no Grammy 2011 e por aí vai os "deslizes" de Christina Aguilera que por sinal,  aparenta lidar muito bem com tanta especulação negativa sobre sua vida.
            Em meio a tantos tropeços, Aguilera tanto mantém a serenidade, quanto seu lado artístico mais aflorado. Uma prova disso é que ela acaba de lançar "Lotus", seu 7° álbum de estúdio. Um álbum onde Aguilera expõe seu lado "Diva do vozeirão" em várias baladas ( o que ela faz de melhor ) como: "Sing for me", "Best of me" e "Blank page", esta última , a melhor faixa do álbum, foi composta pela hitmaker do momento Sia Furler. Nas músicas dançantes de "Lotus", Christina ora canta sobre seu poder de enfrentar com garra os obstáculos e se reerguer cada vez mais forte ( army of me) , ora ela vai mais além e manda um recado para seus "haters": Spin around in circles on my middle middle finger", ou seja, em bom português: Gire em círculos em meu dedo do meio. No final Christina detona um "Motherf*ckers mais que merecido ao seus detratores.
          Sobre o título desse trabalho, Christina afirma ser devido a capacidade que a Flor de Lótus tem de sobreviver às mais adversas situações. Coisa que a própria Christina sabe bem o que é. Viver no mundo sob os holofotes a mercê de inúmeros sensacionalistas afoitos por um deslize que seja para noticiar, deixando em segundo plano o verdadeiro talento dessa artista. Talento esse que está mais que comprovado nesse novo trabalho. Lotus, tem inúmeras possibilidades de hits como a "farofa" Let there be love, que possui a mesma vibe dançante de hits de Justin Bieber, J Lo, Usher entre outros. Your body, o primeiro single, pelo visto só não decolou nos EUA, nas rádios brasileiras é executado frequentemente. Outras faixas poderosas são: "Just a fool", onde Aguilera divide os vocais com seu companheiro do The Voice Blake Shelton e " Light up the sky", outra baladinha do álbum.
          Lotus, certamente é para muitos o melhor álbum desse ano. Mesmo que a mídia não dê os créditos merecidos a esse trabalho, os fãs de Christina ( que são milhares) saberão reconhecer a essência de "Lotus" e o que ele representa em termos de musicalidade e arte pop.
           

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Platônico


Em meus dias e noites,
Eu vivo a sonhar!
Com seu belo semblante,
Em minha face a  flertar.
São tantos os desejos, infindas quimeras,
Que em face dos sonhos ,
Chego a duvidar.
Como pode alguém, viver a almejar?
Tamanho  um  amor!
Que na terra não há.
Não existe esse ser,
Capaz de ancorar,
Num doce recôndito
Imerso ao luar.
Que fiz ao mundo pra viver a sonhar?
Com esse amor involuntário,
Que jamais saberá.
Dos meus sonhos arfantes
No desejo a pulsar?
E em face dos astros
Em sua luz a cintilar.
O que sinto, o que vejo
Ninguém o verá.
Nem mesmo as canções,
Com toda a harmonia,
O que anseio e o que amo,
Não traduzirão.
As gotas de afeto 
Que caem e habitam,
em meu coração.
Formam nuvens pesadas 
Senão de amor ou quiçá ?
Fulgás ilusão.

sábado, 13 de outubro de 2012

                     Feriadão Paulistano




   Todo feriadão nessa cidade
   Já sabemos o que acontece.
   Imensa euforia e ansiedade.
   Todo mundo, a Serra desce.

   Faça chuva ou faça sol.
   O tráfego é muito lento.
   Ficar em SP? Lamento.
   Levo até o meu lençol.

   Mas São Paulo é doce lar.
   Se me desloco é descanso.
   Que te ofereço pra compensar.

   Nessa multicolorida cidade.
   Que usufruindo tudo manso.
   É meu recanto e felicidade.

 
   

domingo, 16 de setembro de 2012


       


         

                                        Crianças invisíveis


          É lamentável tomar nota de uma triste realidade como essa, onde as mais variadas situações de abandono, miséria e hostilidade fazem parte da rotina de tantas crianças mundo afora. Não importando a classe social que pertencem, pois qualquer falta de apoio a uma criança pode resultar em consequências drásticas para o seu desenvolvimento como futuro cidadão. Trata-se de um problema amplo que revela o quão a humanidade pode ser e é desumana por criar e permitir que os problemas "do mundo" afetem justamente quem não pode se defender.
          Em sala de aula assistimos comovidos a quatro filmes que retratavam, cada qual uma problemática diferente, mas tendo como alvo principal, as crianças como vítimas da falta de cuidados, de afeto, de orientação. Até mesmo sendo submetida a maus tratos e todo tipo de humilhações. O primeiro filme retrata uma família de ciganos, onde os filhos (com idade de 5 a 6 anos aproximadamente) eram ensinados e obrigados pelo pai a "roubar". O que ocasionava num grande prejuízo a criança que ainda está em processo de formação de caráter. A criança em destaque no filme, de tanto roubar, fora presa inúmeras vezes e acabou adotando o cárcere como lar definitivo.
          Estarrecedor. É essa a palavra que define o caos mostrado no segundo filme "Filhos da América". Esse , mostra uma menina portadora do vírus HIV que acaba sofrendo buillyng na escola onde estuda. Seus pais, são dependentes químicos. Fazem de tudo para esconder a doença que os três possuem. Entretanto a irresponsabilidade e os vícios de ambos se espalha e quando toda a escola toma conhecimento do caso de "Blanca", percebe-se o que a falta de informação e diálogo aberto com os filhos pode acarretar: Blanca se descobriu enfim. Teve que amadurecer para ver o fardo que herdara dos pais.
          O terceiro filme mostra crianças brasileiras que moram nas ruas. Nada mais revoltante o fato disso acometer milhares de crianças em um país que é a 6° maior economia do mundo. São crianças que perambulam nas madrugada de frio intenso, a mercê de exploradores do trabalho infantil e em alguns casos (não retratado no filme) até de abuso sexual. Quantas crianças não vemos nos faróis pedindo dinheiro? Esse é sem dúvida um grande exemplo da desigualdade social que assola nosso país.
          O último filme mostrado deixou a sala aos prantos. "Song Song e a pequena gatinha" conta a história de uma menina rica porém totalmente ignorada pelos pais. Eles não enxergam-na, por mais que Song Song implore um pouco de atenção. Sua beleza ,seu talento e bondade sequer suscita em seus pais uma simples reação de "fazer parte de uma família". Aliás em meio a tantas brigas que Song Song assistiu, ela  fora pouco a pouco entristecendo de tamanha solidão. Em contrapartida, há outra menina que fora encontrada no lixo e adotada por um pobre velhinho que certo dia lhe presenteia com uma boneca que pertencera a Song Song! Essa criança acaba tornando-se orfã e posteriormente escravizada. Porém o destino acaba tratando de de permitir que um rápido e decisivo encontro entre as duas devolva não só a felicidade de Song Song, mas sua própria vida.

domingo, 5 de agosto de 2012

Vamos pra faku?

      Obviamente muita coisa muda quando fazemos uma faculdade.  Conhecemos uma infinidade de signos; um oceano de informações transborda sob a nossa mente. Isso claro, se tivermos assiduidade e atenção nas aulas. Aprendemos também a economizar dinheiro e aproveitar o pouco tempo disponível para fazer os trabalhos. Levando em conta o cidadão assalariado que estuda numa universidade popular. Como eu.
       Apaixonado por Literatura e outras artes escolhi o curso de letras. E até agora, metade do curso concluído, tenho certeza que estou trilhando um bom caminho. Haja visto o imenso valor do referido curso. O contato com diversos tipos de textos, a busca pelo entendimento do próprio objeto linguístico e o uso da ferramenta essencial para o desenvolvimento das atividades do ser humano (comunicação). Tudo isso permite uma gama de possibilidades que transforma vidas, constrói saberes e dignifica nossa vida.
     Alguns professores são tão instigantes que acabam por servir de referência. O criterioso professor de Prática de ensino, exímio profissional que veste a camisa do ofício. Tão rígido que alguns alunos sentem-se sufocados com seus métodos e sua personalidade perfeccionista. A de Língua portuguesa II e sua facilidade de lecionar  cativando a sala inteira (tão doce que parece a professora Helena de Carrossel). A de teoria da literatura II que viajava nas obras literárias, mas com o pé no agora já. E com um estilo todo próprio de vestir-se. Enfim, uma figura. O de literatura portuguesa, também viajava nos períodos clássicos, árcades e realistas-naturalistas de forma que,sua aula mas parecia um monólogo, tamanha era sua oratória que dava sono naqueles que pouco interesse tinham nos conteúdos.
       Alguns alunos também são difíceis de esquecer. Aqueles que fazemos amizades verdadeiras; Aqueles que são os palhaços da turma; Aqueles que são tão esforçados que tornam-se dignos de nossa  admiração; Assim como os super-dotados, com inteligência de dar inveja num mero aluno meio-termo como eu. Em pensar que tenho cara de inteligente... Tem tanta figura em minha sala que no término de cada semestre é feito uma premiação com os destaques nas mais absurdas categorias, o blog do varal que tem como mentor um aluno super criativo que tem como um dos talentos fazer paródias de importantes clássicos literários.
        São tantas histórias, trabalhos em grupo, leituras e  mais leituras, brincadeiras que dá saudades nas férias. Por mais que o contato se mantenha nas redes sociais o essencial mesmo é o estar numa sala de aula, interagindo e cooperando com a construção do conhecimento e angariando esperança de um futuro onde prevaleça uma Educação de qualidade. 

domingo, 22 de julho de 2012

São crianças como vocês...


        

      Com um elenco estelar formado por apenas quatro atores e apenas o apartamento de um casal como cenário, O Deus da carnificina é um filme que tem no diálogo dos personagens, o grande trunfo para prender a atenção do público do começo ao fim. Logo no começo é mostrado superficialmente um grupo de meninos brincando quando de repente dois deles se desentendem e partem para a agressão. É o que dá início a discussão que acaba ocasionando na perda de compostura dos pais das crianças envolvidas.
      Os pais do agressor são: Nancy Cowann (Katie Winslet), sempre elegante e educada e Alan Cowann (Christopher Waltz). Esse, com um comportamento totalmente inadequado destilando cinismo pra todos os lados, restando a Nancy tentar corrigir a situação. O outro casal, pais da criança agredida são: Michael Longstreet (Jonh C. Reily) e Penelope Lomgstreet (Jodie Foster). Um homem bondoso, porém com uma forte personalidade que a certa altura do filme vem à tona. Enquanto sua mulher é guiada por rígidos princípios morais.
      A princípio eles tentam resolver a situação da melhor maneira possível. Nancy e Alan visitam o casal Longstreet para se desculparem por seu filho ter agredido o deles. Porém não há civilidade que impeça que uma hora os defeitos do ser humano apareça. O cinismo e má conduta de Alan batem de frente com a discrição e sentimento de família vitimizada pelo acontecimento (seu filho teve dois dentes quebrados na briga) de Penelope. Por mais que Nancy peça desculpas e que Michael se mostre tolerante a situação, o impasse não é resolvido. Eles perdem o controle da situação, principalmente as mulheres. Daí esquecem o motivo que os reuniu, trocam ofensas mútuas faltando pouco para se igualarem a um grupo de crianças longe de conhecerem as boas regras de convivência que estruturam a sociedade.
      Dirigido por Roman Polansk, O Deus da carnificina, cumpre seu papel ao ser transportado dos palcos teatrais para as telonas. Mérito do primoroso elenco que soube incorporar com maestria esse instigante texto que expõe os verdadeiros sentimentos da humanidade, que ultrapassam as formalidades em nome dos reais interesses individuais.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

So sad

       É, estou chegando aos 30. E com isso me veio a mente uma série de questões acerca da minha vida. o que fiz ao longo desses anos? Onde acertei? O que eu poderia ter feito e nem fiz? Será que estou desperdiçando o tempo com frivolidades e pequenos hábitos repetidos que de nada acrescentam ao meu espírito? A dúvida anda comigo a todo instante. E a resposta pra elas estar na minha frente e eu a ignoro. Profundissimamente estagnado pela inércia. Carrego os dias ao invés de vivenciá-los.
       É desconfortável saber apenas o que não se quer. Pior ainda é andar alienado num mundo que parece insignificante aos demais, que na maior parte do tempo estão sob efeito de algum problema real. Acho que sou apenas uma sombra, uma casca, um sopro de vida que nem cogita formar ventos de mudanças. Mudanças que viriam como respostas as tais dúvidas que me arrastam para o abismo que criei e não sei como sair. Tenso. Angustiante. Bate o arrependimento por aquilo que não mantive. Como ter a tranquilidade e o companheirismo de quem dar afeto e simplesmente deixar escapar? Fora atitude impulsiva? Talvez. Talvez não era a segurança que eu procurava. Será que tenho o dom de querer o impossível? Realmente sou uma interrogação infinita.
        Quase não sinto emoção alguma. a música já não entoa o que sinto. As paisagens nem me consolam. E os pássaros esqueceram de alegrar minhas manhãs. As tardes de fim de semana nem me comovem como outrora. Ouve outrora? Nem em meus sonhos. Acostumar-me-ei a isso? Não. Definitivamente não seria digno para comigo. Hei de esmiuçar o mais emaranhado de meu cérebro para encontrar uma maneira de alegrar meus dias. Creio não ser impossível promover uma mudança e manter minha essência que nem sei mais qual é.  

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Entendendo o Realismo


         O romance realista surgiu na segunda metade do século XIX, e teve como característica principal, uma  reação aos ideais do romantismo.  Ou seja, ao invés do subjetivismo romântico, do lirismo, da fantasia dentre outros aspectos do romantismo, produziu-se  uma literatura mais próxima da realidade. Para isso, os realistas focalizavam os fatos tal como eles se apresentavam, despindo a ficção da fantasia. Deixando de lado as aparências para procurar as essências, desmistificando as hipocrisias do homem e da sociedade na qual ele interfere diretamente. Isto é, através dos personagens, abordavam os conflitos sociais. Seja na burguesia, no proletariado ou no clero, na sociedade urbana e na sociedade rural e entre ideologias contrárias. Tudo serviu de base para os romancistas do realismo fazer uma literatura de caráter de denúncia da sociedade vigente na época.
        No romance realista a linguagem é mais objetiva e mais próxima da fala das personagens em foco. Sem o tom sublime das obras românticas de outrora. O narrador realista relata detalhadamente o ambiente (espaço), as ações dos personagens, assim como suas características, tanto físicas quanto psicológicas. Nas palavras do escritor português  Eça de Queiroz, “Outrora uma novela romântica, em lugar de estudar o homem, inventava-o. Hoje, o romance estuda-o na sua realidade social”. O romance realista assume um caráter mais social, visando uma amplitude do conhecimento e das ações e intenções do homem. Os amores, as conquistas de poder, os laços familiares, a disputa entre as classes sociais (burguesia, proletariado),  tudo foi retratado de maneira objetiva como um fiel painel do homem e seus interesses levados as últimas consequências.
        O romance “O crime do Padre Amaro”, de Eça de Queiroz,  foi a primeira obra literária desse gênero em língua portuguesa. Revelou o maior romancista português e chocou a sociedade da época com sua denúncia da hipocrisia social e religiosa. Nesse romance Eça de Queiroz  aborda detalhadamente , que o homem é um produto do meio em que ele vive, ou seja, ele sofre as influências que o rodeiam. E que também age de acordo com o que sua  natureza determina,  isto é, o homem sucumbe aos seus instintos naturais. O que é evidenciado nesse romance pelo amor carnal entre o padre Amaro e Amélia. Essa afirmação é explicitada na fala da personagem “Totó” ao relatar o que se ouvia quando Amaro e Amélia ficavam a sós: “São como cães”. Devido a essa característica, “O crime do Padre Amaro” é considerado um romance de cunho realista-naturalista. O enredo é construído através do cotidiano dos personagens, onde são expostas todas  as facetas do ser humano, ou seja, a inveja, as paixões, a loucura, as explorações sociais e etc. Longe das imaginações inatas das obras literárias anteriores a esse período, e um olhar voltado ao estudo dos fenômenos vivos.

sábado, 9 de junho de 2012

Reflexos



 Reflexos

 O espelho reflete a imagem
 Quem ele refletirá
 Quando eu estiver de passagem
 Quando ele se quebrar

 A palavra reflete o de dentro
 E ela reflete um a um
 Quem com pena e tempo
 Descreve-se algum

 By: Dourado O'haress

domingo, 20 de maio de 2012

"Tenho quase certeza que eu não sou daqui"



        Os habitantes de uma metrópole como São Paulo, vivem sob um ritmo muito acelerado. Aliás, muitos dizem que não vivem. Sobrevivem na “selva de pedra”. Logo cedo, saem para trabalhar e enfrentam uma situação típica de uma selva animal: correm e empurram uns aos outros para conseguir entrar no trem ou metrô. Nos ônibus não chega a isso, mas também são lotados. Durante o percurso, observando – os nota-se como é a vida de muitos deles. Pelas conversas, pela roupa e pelas expressões demonstradas. É uma vida sem muito sentido. Por mais que as pessoas vivam de maneira parecida, com hábitos semelhantes, tudo resulta numa pequinêz, haja visto a infinidade de seres vivos (animais, bactérias, vegetais etc) no planeta terra.
        Geralmente as pessoas andam acompanhadas com uma ou mais pessoas. Mesmo sem ter afeição por ambos. Elas juntam-se a quem têm afinidade ou interesses em comum. Na linguagem popular “ formam panelinhas”. “Nenhum ser humano é uma ilha”, já dizia o poeta inglês Jonh Done. As pessoas necessitam da convivência em grupo. Se ficarem sozinhas por muito tempo, logo se aborrecem e perdem a noção de humanidade, ou seja, não conseguem agir como uma pessoa comum, que fala, anda, come e etc. Elas têm a necessidade de se reconhecer no semelhante. Buscam traços em comum, e o que não é comum a elas é tido como estranho. Várias vezes as pessoas surpreendem-se com os fatos. Esquecem que são elas que não buscam enxergar numa dimensão mais ampla, abrangente, que não cause perplexidade com inesperados atos dos semelhantes.
        Na cidade grande observa-se uma pluralidade de estilos, comportamentos, adquiridas no próprio ambiente (a cidade) ou originadas de outras partes do mundo. Cada uma convive com seus aderentes, ou seja, ao grupo que adota tal hábito. Nos homens, na maioria, há uma vibração por causa de uma corrida atrás de uma bola. Nas conversas entre eles o assunto é recorrente. Eles defendem uma equipe de forma a provocar rixas entre as outras equipes. Enfim, tais jogos fazem parte da vida deles, de uma maneira que eles expressam várias emoções: sorrisos, raiva, euforia etc. Alguns chegam a exagerar e provocam discussões chegando à violência. Ao que chamam de fidelidade ao time. Tal fenômeno ( apreço ao futebol) é uma das características do nosso país. As famílias logo cedo escolhem o time pelo qual o filho irá torcer.
        Outra característica comum, sobretudo nos jovens é a preocupação em ostentar roupas ou calçados de determinada etiqueta, ao que chamam de moda. Abastados ou não, todos fazem ideia desse fator modernidade. As mulheres, sempre combinam algum ítem, usam brincos e competem entre sí quanto à aparência. Os homens aderem a tatuagens mais que as mulheres. A vaidade é um dos signos que mais permeia a mente humana. Além da vaidade há os vícios que conferem certo poder. Desafia os limites do ser humano. Os jovens bebem e fumam pra impressionar os outros e acabam,  muitas vezes, presos ao vício. E toda a euforia de outrora se transforma em incômodo, problemas físicos, emocionais e sociais também. Porque há o envolvimento das pessoas que o rodeiam, geralmente a família.
          Sendo assim, não fica difícil entender porque há tantos conflitos, corriqueiros ou não. O fato é que o homem não é uma espécie tão exclusiva assim. Suas ações, assim como a de outros seres vivos tem um prazo de validade, assim como as sensações, vão e voltam, dia após  dia. Eles vivem em prol de suas emoções, interpretando a vida e moldando conforme determinam o que lhes for conveniente, sobretudo o que for agradável aos olhos.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Devaneio e dor

           Sensações oníricas reinam em meu ser.
           Resvalam-se os afagos que desejei,
           Um sorriso dissimulado a desfazer.
           Entre beijos que não mais sentirei.

           Tuas palavras desfaleceram ao vento.
           Foram também as lembranças ternas.
           De um singelo e rústico sentimento.
           Que as cicatrizes tornar-se-ão eternas.

           Quisera eu humildemente dissimular.
           Pudera não mais o desdém suportar,
           E o desprezo, o asco não mais sentir.

           E as lamúrias e tormentos a arrastar.
           De toda uma estúpida vida a consentir.
           Que milágrimas não poderão sanar.

domingo, 8 de abril de 2012

O D.N.A de Madonna

Capa da versão standard de M.D.N.A

        Aqui estou novamente pra falar de alguém que está sempre presente nesse espaço: Madonna Veronica Louise Ciccone, ou para os íntimos ou fãs mais abusados tipo EU: Madge. Sou madonólogo mesmo. Pode vim Britney, Katy Perry, Lady who? Gaga, pobre aprendiz. Madonna é única, não importa se seus discos não vendam como outrora, se sua insistência na sétima arte seja duramente criticada e vista como um capricho seu. O fato é que nenhuma outra artista possui a garra, a criatividade e o poder de Madonna. O que ela acaba de evidenciar mais uma vez com o lançamento de seu 12° álbum MDNA.
         E se em hard candy ela apoiava -se em um som mais urbano com os pesos de Timbalandy, com uma identidade mais hip hop, neste fica difícil apontar um som segmentado, haja visto que é um trabalho feito com muitos colaboradores, cada um dando seus toques pessoais ao som de Madonna. No final fica tudo a cara dela mesmo. Daí temos a sonoridade   empolgante do dj Martin Soveign na faixa turn up the radio,uma das melhores do álbum, que começa lenta e logo acelera. Um pop dançante e pegajoso. Os irmãos Bennaci produziram o 2° single girl gone wild que ganhou um ótimo vídeo. E ressurgindo de excelentes trabalhos de Madonna, temos William Orbit que com seu som característico ( guitarras em meio a batidas eletrônicas) produz com Madonna as melhores faixas de M.D.N.A: Love spent e I'm sinner.
         Para muitos esse trabalho acaba soando como "mais do mesmo". Músicas dançantes são a especialidade de Madonna, vide seu último sucesso: celebration. A parceria com Benny Bennacy só poderia resultar em farofada dance. Mesmo assim eles fizeram girl gone wild e I'm addicted que darão fôlego a muitas pistas de dança. Martim Soveign acerta em turn up the radio e em beautifulk killer. E extravasa mais ainda em I don't give a... uma faixa bem "americanizada",com levada hip hop e Nicky Minaj nos vocais. Orbit além das já referidas love spent e I'm sinner ainda concede a dramática e bela falling free. Sem falar na vencedora do Globo de ouro de melhor canção Masterpiece.

         O mais interessante é que apesar dessa variedade de produtores, (acrescente Demolition Crew na faixa best friend e colaborando em gang bang). É a sonoridade característica de Madonna que sobressai. Como se os produtores tivessem em mente produzir algo para madonna. Certamente. Ou o fato de Madonna acompanhar todo o processo de criação. Na verdade é tudo bem Madonna. É um de seus melhores trabalhos. É o seu verdadeiro DNA que percebe-se através de suas letras confessionais ou não. Simples, porém letras fortes nunca foram o ápice de Madonna e sim um refrão pegajoso e uma melodia viciante e uma performance no palco sensacional.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ponto fraco

             Na tarde de outono, sentávamos à brisa fresca,
             da hora mais convidativa do dia.
             Entre fumaças de cigarros, pensávamos,
             trocávamos confidências, eloquências, aventuras,
             dos amores de outrora, que findaram
             deixando no coração as cicatrizes,
             que tentávamos amenizar, sanar
             e queríamos encontrar nas desventuras ,
             um ponto de ligação, o elo, a flecha
             o encontro de nossas almas,
             sedentas pela libertação do sentimento.
             afoitas na iminência das fraquezas,
             da libido a rebentar em arrufos de beijos,
             nos poros a estremecer, as células dormentes
             na tarde em que discorríamos do amor
             que nos consumia, da lua que logo surgia,
              das estrelas que cintilavam, nossos sonhos
              adormecidos expandindo -se  na torrente carnal.
              Amávamos o momento da tarde vazia,
              em que tudo era nós, e a nós o momento
              de viver o que tínhamos sentindo palpitar
               no peito o desejo de sentir-se humano
              a ponto de humanamente desejar ser do outro
               e ao outro dominar.
         

domingo, 1 de abril de 2012

O próprio cárcere

       Insensível. Eis o que me define.
       Nenhum sopro de vida me abala.
       Os risos nos bares são insensatos.
       As ideias mundanas são supérfluas.
       Os credos não respondem minhas dúvidas.
       As tragédias não me comovem.
       Os fogos de artifícios comemoram não sei o quê.
       As músicas e nenhuma forma de arte preenchem,
        minha subjetividade.
       Estou para ? não sei.
       Nada me identifica.
       Que elo me falta?
       Por que se é feito pra acabar?
       Livremente caindo por ondas de subterfúgios...
       vivo nos ares, nuvens de inseguranças e esperanças...
       Livremente caindo num abismo infinito
       nas profundezas do ser errante
       evoco o blues da piedade,
       nada muda, estou preso a mim e a vida passa.
       Nenhum dia é igual na essência,
       mas meu ser permanece inlapidável
       Como uma pedra bruta.
         

sábado, 24 de março de 2012

Problemas na Educação ou na Administração?

          A carreira de professor enfrenta tantos obstáculos que muitos almejantes a tão digno ofício acabam desistindo de seguir essa profissão. Há escolas no Nordeste brasileiro sem a menor condição de funcionamento. Com merenda escassa, banheiros sem descarga, transporte insuficiente para transportar os alunos que residem a dezenas de quilômetros, entre outros problemas. Outro fator preocupante é a violência que é praticada em algumas escolas, em sua maioria nas regiões periféricas onde há um domínio da criminalidade e tráfico de drogas. Sem falar no desinteresse por parte de muitos alunos que vão à escola somente para encontrar os amigos, fazer bagunça ou mesmo aqueles que vivem em lares muito problemáticos e vem na escola uma válvula de escape.
          Questiona-se como anda o diálogo entre professor e aluno e as respostas apontam falhas em ambas as partes. Ou senão as falhas provém de fatores mais abrangentes como o próprio Estado, que não prioriza na prática, a educação. Ou seja, os problemas desestimulam o professor que por sua vez transfere ao aluno com uma prática desmotivada em sala de aula. Daí os alunos ficam do lado de fora da escola ou mesmo nem vão. Sem falar quando professores faltam e não há professores eventuais para substituir. Quando o professor é motivado a lecionar as chances dos alunos se interessarem são imensas. Fato. Porém não basta o professor ser eficiente afinal a instituição de ensino depende de muitos fatores para fazer valer uma educação de qualidade.

          É lamentável o grau de conformismo das pessoas em relação a isso. Muitos dizem: " Escola de periferia é assim mesmo o professor que se meta a mandar que recebe ameaça ou bala mesmo". Ou " No Nordeste é assim mesmo as escolas são tão precárias e os alunos coitados não sabem nem falar". Espera-se que essa realidade mude. Que o professor seja mais valorizado. Que a educação seja construída não só pela vontade do orientador. Mas que este receba incentivo, apoio de todos os meios que possam assegurar um ensino construído com segurança, paz e otimismo para as gerações futuras.

sábado, 17 de março de 2012

Ainda se eu falasse a língua de Pedro Álvares...

       Gente, a nova ortografia já entrou em vigor e eu apesar de estudar Letras, com muito amor, ainda não estou por dentro de quase nada! Os exemplos que mais ouvi citarem foi a abolição do trema e também do acento agudo na palavra ideia. Imagine as dúvidas daqueles que não têm o hábito da leitura e que acham o português muito complicado. O que na verdade é complicado mesmo. Pois a maioria das pessoas sabe entender nossa língua, mas não consegue explicar a regra gramatical que define a ortografia. Que são inúmeras. Sem falar nas exceções.
       Então, vou tomar nota de alguns exemplos, afinal que estudante de letras sou eu?
              . Ditongos abertos
        Os ditongos éi, ói e éu só continuam acentuados no final da palavra. Portanto, boia; paranoico; heroico; plateia; ideia; tipoia e etc,  não levam mais acento agudo.
Mas céu, dói, chapéu, anéis, lençóis não mudam. Outra restrição são o caso das palavras Méier e destróier, conforme a regra que manda acentuar os paroxítonos terminados em "r".
              .Acento diferencial de tonicidade
         Não se acentuam mais certos substantivos e formas verbais para distingui-los graficamente de outras palavras. Ex:
. Vou para casa. (preposição)
. Ela não para de chorar. (verbo)
. O pelo do gato. (substantivo)
. Eu pelo a cabeça. (verbo)
Esta regra aplica-se também às palavras compostas: para-brisa, para-raios. Também foram mantidos os acentos do verbo pôr e da forma do pretérito perfeito pôde. O acento de fôrma (distinto de forma) é facultativo.
                    . Acento circunflexo
           Os hiatos "oo" e "ee" não recebem mais acento
. abençoo; perdoo; magoo; enjoo; leem; veem; deem; creem.
Continuam acentuados (ele) vê, (eles) vêm (verbo vir), (eles) têm etc.
                     Acento agudo sobre o "u" e "i"
         Não se acentuam mais o "u" e o "i" tônicos precedidos de ditongo em palavras paroxítonas.
 . feiura; bocaiuva; baiuca; Sauipe
Feiíssimo e cheiíssimo continuam acentuados porque são proparoxítonos; bem como Piauí e teiú, que são oxítonos
                     Hífen
        O hífen é usado:
. Se o segundo elemento começa por "h". Ex: super-herói; mini-hotel; bio-histórico; giga-hertz; super-homem
. Para separar vogais e consoantes iguais. Ex: inter-racial; micro-ondas; sub-bibliotecário; anti-imperialista.
. Com "pós, "pré", "pró". Ex: pós-graduado; pré-operatório; pré-datado; pré-escolar.
Quando se unem um sufixo terminado em vogal e uma palavra começada por "r" ou "s", dobra-se o "r" ou "s". Ex: microssonda (micro + sonda), contrarregra, ultrassom, suprarregional.

     Fonte: José Carlos de Azeredo, professor adjunto de língua portuguesa da UERJ, autor de gramática Houaiss da língua portuguesa.      

sábado, 10 de março de 2012

Poema Madônnico

        Há muitos anos sentia-me like a virgin.
        E ao enamorar-se inicialmente,
        Julguei ter encontrado minha lucky star.
        Era tão mágico. Era true blue,
        Amávamo-nos nos fins de semana
        e quando tinha holiday.
       
        A paixão, o amor, quem não quer
        ir deeper and deeper? 
        Quem não quer ter sensações, motivos
        e o mais.
        Eu quero razões para justify my love.
        
        E quero paz a quem amo e assim
        like a prayer ,peço Oh father :
        passagens memoráveis para live to tell.
        Desejaria uma love profusion.
        
        Ás vezes estou frosen. E é árduo,
        doloroso pra estar causing a commotion.
        Minhas revoltas me dão fever.
        É meu drowned world invadindo-me.
       
        Só queria em meu despertar
        um ray of light.
        Enamorar-me com a noite,
        fervilhar com a music
        Aproveitar uma fase erotica, romance!

        Queria olhar o mundo e dizer:
        Give it to me!
        E queria saber os passinhos do
        vogue.
        Queria também entender a human nature
        E o mais revelar meus secrets.
        e entender the power of goodbye.
        Fazer da vida uma celebration.
        E que quase todos meus momentos
        fossem amazing.
        Preciso ter cherish pra continuar.
     
       

sexta-feira, 2 de março de 2012

O Piauiês


             Às vezes sou tomados por instantes de total nostalgia. Parece-me que vivo mais o passado que o agora. Sensações, odores, palavras, melodias de outrora visitam-me com tal frequencia, que embalam-me de tal maneira que não vejo a menor graça nas coisas do momento presente. As coisas acontecem-me de dentro pra fora. Vivo em total dispersão.
             E sexta-feira, como o ritmo de meu trabalho é mais suave, pus-me a recordar expressões do Piauí. Cujo estado é um dos mais esquecidos do  nosso Brasil. E também um dos mais pobres. Porém muito amado por seus oriundos. E foi assim que relembrando passagens cravadas em minha memória que uma saudade me invadiu. Saudade de comer ata, de subir no pé pegar as atas maduras. E pitomba também. E comer coalhada e bolo de puba. E bolo de goma também.
             Lógico que as guloseimas são só um capítulo a parte de minhas reminiscências piauienses. Lembrei da solidão, na escola eu ficava isolado. Triste infância. Oh dó! Que dó! Eu não era como a maioria dos "mininos" que pegavam uma baladeira e saia matando os passarinhos.  Aí veio a adolescência. Não mudou muito. Via desinteressadamente as pessoas fazendo zuada. Algumas "só querem ser". E como fulano é "infarenta". E eu raramente ficava no meio de um magote de gente. Sentia-me o derradeiro ser da face da terra. Até mangavam de mim. Davam muitas gaitadas.
             Pra muitos o Piauí fica na baixa da égua. Como -se diz por lá. A terra querida, as vezes tenho saudades dos caminhos de terra que andei, de areia no verão e lama no inverno. E nos riachos cheios a gente "tilibungava". Em contrapartida lembrei de minha vó que tinha dor nas "cruz". E meu vô doía o espinhaço. Minha mãe as vezes sentia dor de viado.
             Pois é. Saudades da terrinha. Do cuzcuz com leite; da leitoa assada; Da carne assada pisada  no pilão. E até da malassada. E lógico das pessoas. Até das infarentas. E do forró.  Pode-se tirar o garoto do Interior, mas não o Interior do garoto. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Olha o canto da sereia!

      Uma das mais dignas qualidades de um artista é a ousadia. É a busca de outras vertentes que pode durar meses, anos de pesquisas, audições etc. O que é um risco mas dependendo do empenho dedicado, geralmente só acrescenta  o resultado do trabalho artístico. Eis o caso do terceiro trabalho da cantora Céu. Caravana sereia bloom é um álbum que tem como tema a estrada. Estrada essa que Céu percorreu angariando sons que vão do brega, do baião, do rock e outros elementos que remetem ora a jovem guarda, ora ao reggae. Tudo somado a sua voz que dar o tom certo independente do gênero musicado.
      Além de ser um disco de estrada, nas palavras da própria Céu, o título do álbum é explicado pelas três vinhetas presentes entre as faixas. São elas: Teju na estrada, Sereia e Fffree. Que é algo para designar a unidade do trabalho. O conceito. Além de serem tão boas quantos as faixas inteiras. Quantos aos destaques, é difícil escolher as melhores, mas vamos lá: Retrovisor, a primeira música de trabalho; Palhaço, ótima regravação, que conta com o assovio e violão de seu pai Edgar Poças; Falta de ar, faixa com uma guinada de rock das antigas á la Rita Lee. Contravento,um maravilhoso baião que embalado com a voz branda de Céu é um deleite aos nossos ouvidos.
         Certamente esse trabalho causará  decepção em algumas pessoas que preferem a pegada afro-beat, o reggae (presente aqui mas com menos intensidade) e outros elementos que deram visibilidade a cantora até fora do Brasil. Entretanto, vale ressaltar que o mais interessante na música e em qualquer outra arte é buscar novas sonoridades. Ou mesmo resgatar sons do passado e dar uma nova roupagem. Nada mais comum em nossos dias. Até porque nesse trabalho o grande trunfo é a voz doce de Céu. 




domingo, 15 de janeiro de 2012

Parabéns São Paulo!!

          Há um lugar onde todas as coisas podem acontecer. E acontecem. Não sem razões para isso. Razões são o que não falta. Pois nesse lugar existe todas as possibilidades. Todas. De sucesso; De fracasso; De progresso; De descaso; Há tudo aqui. Há os fatos; Há os sonhos. Aqui é um mundo inteiro, devido sua imensidão e o povo lutador que chegou aqui pra crescer juntamente com essa cidade que acolhe tantas nações.
          São Paulo é a cidade onde o mundo se encontra. Seja a trabalho ou a passeio. O mundo  vem aqui. Para uns é a cidade das oportunidades, para outros aqui é um grande polo cultural devido a grande diversidade de opções de lazer e entretenimento. Depende do que se procura. Aqui todos encontram um jeito de ser feliz. Mesmo os menos abastados financeiramente contentam-se com um simples passeio pelo Ibirapuera ou fazendo compras na super popular 25 de março. Ou também assistindo a uma peça no Centro cultural São Paulo. Enfim estímulos para absorver cultura é o que não falta. Lógico que são apenas uma gota d'água no oceano de atividades que acontecem em um lugar com as proporções gigantescas de SP.
           Se tem um lugar que tem muito a ensinar é aqui. Onde as coisas acontecem. Nascem; Saem; Ecoam; Rugem; Fluem; Uma infinidade de verbos no presente. Correm a todo momento. Um intenso movimento que causa estranheza em quem acaba de chegar, mas depois acaba se adaptando à essa realidade podendo até gostar daqui. Como bem cantou Caetano Veloso na música "Sampa". Sim, não é de hoje que SP inspira tantos artistas. Suas avenidas, viadutos, passarelas, arranha-céus assim como o ritmo dos habitantes despertam a sensibilidade na veia de muitos artistas que cantam, grafitam, pintam e bordam seu amor a cidade.
            Então, por essa intensidade . Por essa profusão de possibilidades. Pela grandeza! Pelo Cangaíba! Pela liberdade,que encanta Paulistanos de origem ou de coração (que são milhares). E em nome de todos que gostam de morar em Sampa: Parabéns, pelos 458 anos comemorados no próximo dia 25 de janeiro!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Hello! Reality shows!

       É no mínimo impressionante o destaque que os reality shows alcançaram na televisão brasileira. Hoje estreia a 12° edição do Big brother Brasil. A band apresenta o "Mulheres ricas" nas noites de terça. A record já apresentou quatro edições de A fazenda.
       Que a programação dos canais abertos não prima por bons conteúdos não é novidade. E esses reality shows são a prova que na verdade uma minoria quer conteúdo televisivo. Vivemos  numa época que prioriza a vaidade. O consumismo; O glamour. A fama. Enfim uma série de fatores que de nada engrandecem o espírito do ser humano. Pelo contrário reforçam cada vez mais as frivolidades dos últimos tempos.
        O sucesso do BBB é tanto (já tá na 12°), que os índices de audiência vão as alturas em noites de paredão. No dia seguinte o assunto tá boca de todo mundo. As pessoas torcem, julgam, falam mal do próprio programa, mas assistem. Percebemos também o fator publicidade. Já que o programa dá muita audiência é um ótimo meio de anunciar grandes marcas. Mas qual será o segredo do sucesso desses reality shows? A resposta é simples. A TV tem o grande poder de seduzir as pessoas. E talvez mostrando a rotina de pessoas confinadas, conversando, se divertindo, tramando as estratégias de jogo. As pessoas sintam-se atraídas pelo jogo de interesses, que na verdade é o que a vida se tornou pra muita gente. Observamos o jogador com todo o direito de julgar, pois ele alí já é um sortudo , concorrendo a um grandioso prêmio, ganhando carros etc. Mas, vê-se um difícil jogo de convivência, que acaba por diminuir um pouco o glamour da atração.
         Quanto as mulheres ricas que a band apresenta é fácil notar a indignação causada a muitos telespectadores. O reality chega ser demasiadamente superficial. Parece que as milionárias não fazem outra coisa a não ser se esbaldarem em festas ultra-descoladas, compras nas lojas da Oscar Freire, viagens de jatinho, hospedarem nos melhores hotéis. E comprar aviões, motos e tudo o que o dinheiro pode adquirir. E claro em se tratando de um reality não pode faltar as alfinetadas entre as participantes. E como os ricos são cheio de manias! Ou melhor as ricas dessa atração são folgadas até o limite. Coisas que o dinheiro permite...
          Esses programas reforçam a capacidade do ser humano em todos os aspectos. Vemos até onde se é possível chegar. Mostram os ideais do confinado(a), suas metas e ambições. E também o status que alguns alcançaram Mulheres ricas) ao passo que uma grande maioria luta pra sobreviver com um baixo salário. Mas é a vida de cada um e suas nuances... Os abismos sociais que existem entre as classes. Uma que pode esbanjar joias, grifes, viagens e outra que só assiste. Como diz Val,uma das mulheres ricas: "Hello"!
     

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Mais um ano...

        Entramos no ano novo. E que dele faremos um ótimo ano para persistir em busca dos nossos objetivos. Entregando-se a cada segundo, sereno e firme em nossos propósitos. Interagindo, visando o bem comum a todos, à vida. Sem as inquietações que insistem em declamar as profecias Maias ou todos aqueles que se julgam conhecedores da verdade que está escrita, redigida, sacramentada em algum lugar.
        É o momento que temos (especialmente quem ainda está de férias como eu), para refletir sobre as nossas ações. O que podemos melhorar. O que temos que deixar de lado. Enfim é hora de analisar nossa condição para podermos manter-se firme na busca pelo nosso ideal. Que na verdade é comum a todo ser humano. Apesar de alguns não enxergarem as verdadeiras necessidades que precisamos e acabam sucumbindo ao caminho da maldade. O que para a maioria das pessoas, principalmente as que vivem em grandes centros urbanos,é compreensível pois o ser humano é imperfeito e capaz de tudo. Inclusive de usar a força, o esforço, a dedicação para coisas prejudiciais a sociedade.
        Mas o que podemos fazer além de ter consciência acerca de tudo que o ser humano é capaz de transformar em fatos banais, é fazer a nossa parte visando a prosperidade, nossa e de todos que nos rodeiam. Basta plantar boas sementes que colheremos grãos saudáveis. Que saibamos fazer de 2012 um ano de total desenvolvimento. Buscando novas metas. Superando obstáculos e nos tornando seres humanos cada vez mais ricos em sabedoria e dignidade. O resultado, só poderá ser o melhor para vivermos bem.