sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Salve- me de Salve Jorge!

         Definitivamente Salve Jorge não caiu no meu apreço por novelas. Há muitos elementos na trama idênticos aos trabalhos anteriores de Glória Perez.  O sofrimento dos mocinhos (principalmente a mocinha) parece não ter fim. Somando - se o fato de sua antecessora ter sido um sucesso de audiência o que deixa a trama atual em desvantagem.
          É marca registrada da autora mostrar outra cultura em suas novelas. Em Salve Jorge, vemos a Turquia. Principalmente a região da Capadócia com seus vales e cavernas coroado de balões no ar. Nesse núcleo não poderia faltar as típicas expressões turcas. Anedim (mãe), Kabuletê (aceito, fechado) e mashallah ( que deus o proteja) são de praxe nos diálogos. Coisa que vimos também em  O clone e Caminho das Índias. Assim como vemos o choque cultural quando os núcleos apresentados se interagem.
          Outro aspecto negativo da trama é o sofrimento infindável dos protagonistas. Morena, é refém do tráfico. Sob forte ameaça dos chefes da quadrilha, não os denuncia pois teme pela segurança da família. E também pela segurança  do namorado, que a mesma abandonara forçadamente pela segunda vez. Ressalto que Nanda Costa representa com exímia perfeição sua personagem, apesar da críticas recebidas que lhe renderam até o apelido de “nada consta” nos bastidores da novela.
         Além do mais, Salve Jorge substitui um grande sucesso que foi Avenida Brasil que foi recorde de audiência e assunto nas redes sociais mesmo depois do término. A impagável vilã Carminha, o personagem Cadinho e suas três mulheres, o fogoso Leleco, entre outros personagens ficaram na memória do telespectador noveleiro. Mérito da trama ágil de João Emanuel carneiro.
Nanda Costa em cena de Salve Jorge
           Glória Perez é uma autora de mão cheia. O que acontece com Salve Jorge é que tudo acaba soando “mais do mesmo”. Existe até um personagem diretamente de Caminho das Indias, a empregada bisbilhoteira da delegada Helô.  Lógico que há excelentes atuações dos atores e o tema do tráfico de mulheres é interessante. Mas  faltou algo surpreendente, uma jogada de mestre. Tal qual o mesmo autor de Avenida Brasil usou em A favorita não revelando no começo da trama quem era mocinha e quem era vilã. Por esses motivos não vejo a hora da trama acabar.