Salve- me de Salve
Jorge!
Definitivamente Salve Jorge não caiu no meu apreço por novelas. Há
muitos elementos na trama idênticos aos trabalhos anteriores de Glória Perez. O sofrimento dos mocinhos (principalmente a
mocinha) parece não ter fim. Somando - se o fato de sua antecessora ter sido um
sucesso de audiência o que deixa a trama atual em desvantagem.
É marca
registrada da autora mostrar outra cultura em suas novelas. Em Salve Jorge,
vemos a Turquia. Principalmente a região da Capadócia com seus vales e cavernas
coroado de balões no ar. Nesse núcleo não poderia faltar as típicas expressões
turcas. Anedim (mãe), Kabuletê (aceito, fechado) e mashallah ( que deus o
proteja) são de praxe nos diálogos. Coisa que vimos também em O clone e Caminho das Índias. Assim como vemos
o choque cultural quando os núcleos apresentados se interagem.
Outro
aspecto negativo da trama é o sofrimento infindável dos protagonistas. Morena,
é refém do tráfico. Sob forte ameaça dos chefes da quadrilha, não os denuncia
pois teme pela segurança da família. E também pela segurança do namorado, que a mesma abandonara
forçadamente pela segunda vez. Ressalto que Nanda Costa representa com exímia perfeição
sua personagem, apesar da críticas recebidas que lhe renderam até o apelido de “nada
consta” nos bastidores da novela.
Além do mais,
Salve Jorge substitui um grande sucesso que foi Avenida Brasil que foi recorde
de audiência e assunto nas redes sociais mesmo depois do término. A impagável
vilã Carminha, o personagem Cadinho e suas três mulheres, o fogoso Leleco,
entre outros personagens ficaram na memória do telespectador noveleiro. Mérito
da trama ágil de João Emanuel carneiro.
Nanda Costa em cena de Salve Jorge |
Glória
Perez é uma autora de mão cheia. O que acontece com Salve Jorge é que tudo
acaba soando “mais do mesmo”. Existe até um personagem diretamente de Caminho
das Indias, a empregada bisbilhoteira da delegada Helô. Lógico
que há excelentes atuações dos atores e o tema do tráfico de mulheres é
interessante. Mas faltou algo
surpreendente, uma jogada de mestre. Tal qual o mesmo autor de Avenida Brasil
usou em A favorita não revelando no começo da trama quem era mocinha e quem era
vilã. Por esses motivos não vejo a hora da trama acabar.