domingo, 20 de maio de 2012

"Tenho quase certeza que eu não sou daqui"



        Os habitantes de uma metrópole como São Paulo, vivem sob um ritmo muito acelerado. Aliás, muitos dizem que não vivem. Sobrevivem na “selva de pedra”. Logo cedo, saem para trabalhar e enfrentam uma situação típica de uma selva animal: correm e empurram uns aos outros para conseguir entrar no trem ou metrô. Nos ônibus não chega a isso, mas também são lotados. Durante o percurso, observando – os nota-se como é a vida de muitos deles. Pelas conversas, pela roupa e pelas expressões demonstradas. É uma vida sem muito sentido. Por mais que as pessoas vivam de maneira parecida, com hábitos semelhantes, tudo resulta numa pequinêz, haja visto a infinidade de seres vivos (animais, bactérias, vegetais etc) no planeta terra.
        Geralmente as pessoas andam acompanhadas com uma ou mais pessoas. Mesmo sem ter afeição por ambos. Elas juntam-se a quem têm afinidade ou interesses em comum. Na linguagem popular “ formam panelinhas”. “Nenhum ser humano é uma ilha”, já dizia o poeta inglês Jonh Done. As pessoas necessitam da convivência em grupo. Se ficarem sozinhas por muito tempo, logo se aborrecem e perdem a noção de humanidade, ou seja, não conseguem agir como uma pessoa comum, que fala, anda, come e etc. Elas têm a necessidade de se reconhecer no semelhante. Buscam traços em comum, e o que não é comum a elas é tido como estranho. Várias vezes as pessoas surpreendem-se com os fatos. Esquecem que são elas que não buscam enxergar numa dimensão mais ampla, abrangente, que não cause perplexidade com inesperados atos dos semelhantes.
        Na cidade grande observa-se uma pluralidade de estilos, comportamentos, adquiridas no próprio ambiente (a cidade) ou originadas de outras partes do mundo. Cada uma convive com seus aderentes, ou seja, ao grupo que adota tal hábito. Nos homens, na maioria, há uma vibração por causa de uma corrida atrás de uma bola. Nas conversas entre eles o assunto é recorrente. Eles defendem uma equipe de forma a provocar rixas entre as outras equipes. Enfim, tais jogos fazem parte da vida deles, de uma maneira que eles expressam várias emoções: sorrisos, raiva, euforia etc. Alguns chegam a exagerar e provocam discussões chegando à violência. Ao que chamam de fidelidade ao time. Tal fenômeno ( apreço ao futebol) é uma das características do nosso país. As famílias logo cedo escolhem o time pelo qual o filho irá torcer.
        Outra característica comum, sobretudo nos jovens é a preocupação em ostentar roupas ou calçados de determinada etiqueta, ao que chamam de moda. Abastados ou não, todos fazem ideia desse fator modernidade. As mulheres, sempre combinam algum ítem, usam brincos e competem entre sí quanto à aparência. Os homens aderem a tatuagens mais que as mulheres. A vaidade é um dos signos que mais permeia a mente humana. Além da vaidade há os vícios que conferem certo poder. Desafia os limites do ser humano. Os jovens bebem e fumam pra impressionar os outros e acabam,  muitas vezes, presos ao vício. E toda a euforia de outrora se transforma em incômodo, problemas físicos, emocionais e sociais também. Porque há o envolvimento das pessoas que o rodeiam, geralmente a família.
          Sendo assim, não fica difícil entender porque há tantos conflitos, corriqueiros ou não. O fato é que o homem não é uma espécie tão exclusiva assim. Suas ações, assim como a de outros seres vivos tem um prazo de validade, assim como as sensações, vão e voltam, dia após  dia. Eles vivem em prol de suas emoções, interpretando a vida e moldando conforme determinam o que lhes for conveniente, sobretudo o que for agradável aos olhos.