domingo, 22 de julho de 2012

São crianças como vocês...


        

      Com um elenco estelar formado por apenas quatro atores e apenas o apartamento de um casal como cenário, O Deus da carnificina é um filme que tem no diálogo dos personagens, o grande trunfo para prender a atenção do público do começo ao fim. Logo no começo é mostrado superficialmente um grupo de meninos brincando quando de repente dois deles se desentendem e partem para a agressão. É o que dá início a discussão que acaba ocasionando na perda de compostura dos pais das crianças envolvidas.
      Os pais do agressor são: Nancy Cowann (Katie Winslet), sempre elegante e educada e Alan Cowann (Christopher Waltz). Esse, com um comportamento totalmente inadequado destilando cinismo pra todos os lados, restando a Nancy tentar corrigir a situação. O outro casal, pais da criança agredida são: Michael Longstreet (Jonh C. Reily) e Penelope Lomgstreet (Jodie Foster). Um homem bondoso, porém com uma forte personalidade que a certa altura do filme vem à tona. Enquanto sua mulher é guiada por rígidos princípios morais.
      A princípio eles tentam resolver a situação da melhor maneira possível. Nancy e Alan visitam o casal Longstreet para se desculparem por seu filho ter agredido o deles. Porém não há civilidade que impeça que uma hora os defeitos do ser humano apareça. O cinismo e má conduta de Alan batem de frente com a discrição e sentimento de família vitimizada pelo acontecimento (seu filho teve dois dentes quebrados na briga) de Penelope. Por mais que Nancy peça desculpas e que Michael se mostre tolerante a situação, o impasse não é resolvido. Eles perdem o controle da situação, principalmente as mulheres. Daí esquecem o motivo que os reuniu, trocam ofensas mútuas faltando pouco para se igualarem a um grupo de crianças longe de conhecerem as boas regras de convivência que estruturam a sociedade.
      Dirigido por Roman Polansk, O Deus da carnificina, cumpre seu papel ao ser transportado dos palcos teatrais para as telonas. Mérito do primoroso elenco que soube incorporar com maestria esse instigante texto que expõe os verdadeiros sentimentos da humanidade, que ultrapassam as formalidades em nome dos reais interesses individuais.

Um comentário:

  1. Ainda não vi este novo filme do Polanski, mas só de ter este elenco (com as formidáveis Kate Winslet e Jodie Foster) já me deixou muito curioso.

    Bela resenha, Dú!!

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