segunda-feira, 25 de junho de 2012

So sad

       É, estou chegando aos 30. E com isso me veio a mente uma série de questões acerca da minha vida. o que fiz ao longo desses anos? Onde acertei? O que eu poderia ter feito e nem fiz? Será que estou desperdiçando o tempo com frivolidades e pequenos hábitos repetidos que de nada acrescentam ao meu espírito? A dúvida anda comigo a todo instante. E a resposta pra elas estar na minha frente e eu a ignoro. Profundissimamente estagnado pela inércia. Carrego os dias ao invés de vivenciá-los.
       É desconfortável saber apenas o que não se quer. Pior ainda é andar alienado num mundo que parece insignificante aos demais, que na maior parte do tempo estão sob efeito de algum problema real. Acho que sou apenas uma sombra, uma casca, um sopro de vida que nem cogita formar ventos de mudanças. Mudanças que viriam como respostas as tais dúvidas que me arrastam para o abismo que criei e não sei como sair. Tenso. Angustiante. Bate o arrependimento por aquilo que não mantive. Como ter a tranquilidade e o companheirismo de quem dar afeto e simplesmente deixar escapar? Fora atitude impulsiva? Talvez. Talvez não era a segurança que eu procurava. Será que tenho o dom de querer o impossível? Realmente sou uma interrogação infinita.
        Quase não sinto emoção alguma. a música já não entoa o que sinto. As paisagens nem me consolam. E os pássaros esqueceram de alegrar minhas manhãs. As tardes de fim de semana nem me comovem como outrora. Ouve outrora? Nem em meus sonhos. Acostumar-me-ei a isso? Não. Definitivamente não seria digno para comigo. Hei de esmiuçar o mais emaranhado de meu cérebro para encontrar uma maneira de alegrar meus dias. Creio não ser impossível promover uma mudança e manter minha essência que nem sei mais qual é.  

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Entendendo o Realismo


         O romance realista surgiu na segunda metade do século XIX, e teve como característica principal, uma  reação aos ideais do romantismo.  Ou seja, ao invés do subjetivismo romântico, do lirismo, da fantasia dentre outros aspectos do romantismo, produziu-se  uma literatura mais próxima da realidade. Para isso, os realistas focalizavam os fatos tal como eles se apresentavam, despindo a ficção da fantasia. Deixando de lado as aparências para procurar as essências, desmistificando as hipocrisias do homem e da sociedade na qual ele interfere diretamente. Isto é, através dos personagens, abordavam os conflitos sociais. Seja na burguesia, no proletariado ou no clero, na sociedade urbana e na sociedade rural e entre ideologias contrárias. Tudo serviu de base para os romancistas do realismo fazer uma literatura de caráter de denúncia da sociedade vigente na época.
        No romance realista a linguagem é mais objetiva e mais próxima da fala das personagens em foco. Sem o tom sublime das obras românticas de outrora. O narrador realista relata detalhadamente o ambiente (espaço), as ações dos personagens, assim como suas características, tanto físicas quanto psicológicas. Nas palavras do escritor português  Eça de Queiroz, “Outrora uma novela romântica, em lugar de estudar o homem, inventava-o. Hoje, o romance estuda-o na sua realidade social”. O romance realista assume um caráter mais social, visando uma amplitude do conhecimento e das ações e intenções do homem. Os amores, as conquistas de poder, os laços familiares, a disputa entre as classes sociais (burguesia, proletariado),  tudo foi retratado de maneira objetiva como um fiel painel do homem e seus interesses levados as últimas consequências.
        O romance “O crime do Padre Amaro”, de Eça de Queiroz,  foi a primeira obra literária desse gênero em língua portuguesa. Revelou o maior romancista português e chocou a sociedade da época com sua denúncia da hipocrisia social e religiosa. Nesse romance Eça de Queiroz  aborda detalhadamente , que o homem é um produto do meio em que ele vive, ou seja, ele sofre as influências que o rodeiam. E que também age de acordo com o que sua  natureza determina,  isto é, o homem sucumbe aos seus instintos naturais. O que é evidenciado nesse romance pelo amor carnal entre o padre Amaro e Amélia. Essa afirmação é explicitada na fala da personagem “Totó” ao relatar o que se ouvia quando Amaro e Amélia ficavam a sós: “São como cães”. Devido a essa característica, “O crime do Padre Amaro” é considerado um romance de cunho realista-naturalista. O enredo é construído através do cotidiano dos personagens, onde são expostas todas  as facetas do ser humano, ou seja, a inveja, as paixões, a loucura, as explorações sociais e etc. Longe das imaginações inatas das obras literárias anteriores a esse período, e um olhar voltado ao estudo dos fenômenos vivos.

sábado, 9 de junho de 2012

Reflexos



 Reflexos

 O espelho reflete a imagem
 Quem ele refletirá
 Quando eu estiver de passagem
 Quando ele se quebrar

 A palavra reflete o de dentro
 E ela reflete um a um
 Quem com pena e tempo
 Descreve-se algum

 By: Dourado O'haress