domingo, 23 de outubro de 2011

Poema de hoje


Luís de Camões: Busque Amor novas artes, novo engenho, p...

Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.
Luís de Camões

Falar não basta: Mudar,melhorar

          Volta e meia,principalmente quando fico desapontado com algo que me aflinge,falo pra mim mesmo que é hora de mudar. Pois são sempre os mesmos problemas,as mesmas neuroses que me perturbam e também os mesmos sonhos surreais que me visitam à noite,como que fossem uma característica dos meus impasses. Passam os dias e nada muda. Não mudo. Meus amigos já nem creem quando falo.
          Não é fácil agir de maneira diferente. Por mais que tenhamos de dançar conforme a música. Muitos, assim como eu não são tão adaptáveis as regras do sistema,que como já ouvir de pessoa ilustríssima é cruel, é crudelíssimo. No meu caso,não sei se é o fato de estar a mercê do sistema ou a mercê de mim mesmo que mais me acomoda. Mas sei que mudar é necessário,independente de minhas neuras,de meus anseios,uma vida sem mudanças não tem graça. Não traz o sentido de liberdade. Um exemplo disso é quando fazemos a mesma coisa que é boa repetidas vezes,tentando buscar a sensação de outrora. Mas isso acaba perdendo a graça. O novo,o fazer diferente é o que nos faz pulsar.Vibrar.
          As vezes,paro e observo meus dias. Sempre iguais. É horrível não se sentir confortável na própria pele. E os outros percebem isso. Como mencionei,não é um simples desejo de buscar novas aventuras,mas realmente uma necessidade,visto que há barreiras que ainda não ultrapassei e a única maneira é enfrentar,buscando novas alternativas e encarando corajosamente antes que seja tarde. E sem que seja preciso um choque maior para que finalmente eu mude.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Criança feliz?

           Que saudades,do meu tempo de criança.
           A quantos anos não sinto,e nem vejo.
            Em mim a espontaneidade e o gracejo.
            A pureza,a pirraça fora esperança.
         

           E na escola,quantas brincadeiras!
           No catecismo as Ave-Marias.
           E as perguntas,as vezes asneiras!
           Em casa,carinhos da avó e das tias.

           O tempo passou. E transformou.
            Da dócil criança nada ficou.
            E as lembranças,rápidos lampejos!

            Mas quem dera-me voltar no tempo,
            Pra saber se fora em criança.
            Que começou o meu tormento.