quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Estando à Toa na Vida

“Mesmo que eu tenha criado um traje especial
Que me permita viagens em modo espacial
Ainda não vou, foguete é osso
Pro ser humano viver é pouco.”
                                 Céu


      A palestrante dissera que o que entendemos por longevidade, noventa, cem anos ou mais não é nada. A vida é imensurável, posto que se iguala à vida do universo e fazemos parte dele. Foi a única coisa da reunião que consegui prestar atenção.  Desde então, passei a não me preocupar em viajar nos feriados, a sair por ai tentando encontrar, quem sabe a alma gêmea. Também me desapeguei de vários supérfluos. Para quê  isso e  aquilo? Para que um desespero em viver intensamente? Também não me arrependo de nada. Claro que tento mudar meu carma. O problema é que sempre entendi as coisas mais pela negação: isso eu não quero; isso não sou eu; jamais farei isso. Coisas assim.  Mas, há de se ter o cuidado pra não cair no comodismo, já que buscamos a perfeição ou o que mais se aproxime, de uma vida plena de realizações.  
      Entendo perfeitamente que a vida não se resume a uma só existência. Quantas coisas atravessam nosso caminho, clamam por atenção e pelo limite do tempo a abandonamos? Sempre fazendo o que nos é prioridade. Adiando alegrias e algumas caem no completo esquecimento. Não, não. O cerne da questão é bem mais embaixo. E os rótulos que nos impõem? Mera tentativa de entender-nos, mediante uma ínfima parte do que somos. Tão redutivo... são tantas cadeias de ilusão. O entendimento mesmo é para aqueles que se propõem a conhecer de fato a vida. Como já disse Shakespeare: “ Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”. Então né, passei a não me impressionar com quase nada. A facilidade com que as pessoas tem em justificar as atitudes mais “bestiais” que elas fazem. Disseram-me, que sou todo certinho ou quase isso. Se erro pouco, ao primeiro vacilo alguém vem me apontar o dedo como a dizer: “olha você também erra viu? “ Em pensamento xingo, eu sei caralho. Mas ai, peço desculpas. Afinal, o que seria do mundo se os pensamentos transparecessem. No meu caso é diferente porque não sei disfarçar PORRA NENHUMA!
     Do que eu estava falando mesmo? Ah sim, da vida. Da urgência que nos é imposta. Infelizmente, peno em acompanhar as tendências tecnológicas, para o espanto de alguns que acham que sou nerd. Sou à moda antiga em quase tudo. Vivo em algum lugar entre o sonho e a realidade, oh clichê mais que falado em qualquer confessionário idiota! Bom, tá na minha cara. Alguns me alcunham de criança, de sonso, houve alguns que pressupunham que eu tenho “ desvio de personalidade”. Posso? Pois é. Enquanto isso, sigo-me construindo minha dignidade, lendo meus livros (a pilha tá enorme e alguns furam a fila), vendo bons filmes... o problema é que sou muito impressionável: assisti Tatuagem e fiquei uma semana com a Polka do cu na cabeça! A mesma coisa com The End of The World, da trilha de Garota Interrompida (1999). E as mirabolantes novelas das 19? Tento esquecê-las mas, tudo em vão! Como é difícil sucumbir a essas maneiras de ressignificar a vida! Bem, o que importa é que não atrapalho a marcha dos outros nesse itinerário cheio de ilusões criadas pelo homem.


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