domingo, 3 de abril de 2011

Poema de hoje

          Anseio

 Nessas paragens desoladas,onde
 O silêncio campeia soberano
 Morreram notas do bulício humano,
 Nem vibra a corda que a saudade esconde.

 Anseios d'alma aqui se perdem. Donde
 Fluiu outrora a luz dum doce engano,
 Hoje é trevas,é dor,é desengano.
 E eu ergo preces que ninguém responde.

 Triste criança virginal, quem dera
 Voar est'alma a tí, longe dos laços
 Dessa jaula de carne que a encarcera!

 Ah! Que unidos assim, lá nos espaços,
 Cantarias do amor a primavera,
 Tendo a minh'alma presa nos teus braços.

            Augusto dos Anjos

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