Cada
vez encontrando algo, ou alguém, para dar continuidade à sua trajetória. O perigo
é que absorvendo as distrações encontradas esqueço quem sou, para onde irei. Um
poço sem fundo, sempre há algo que instiga, atrai, caio no mesmo erro. Não me atenho
ao essencial. Passo despercebido, o típico “café com leite” ou uma pessoa neutra,
o não fede e nem cheira. Cadê o
equilíbrio que rogo em preces e mantras? Os dias voam, ficam as
lembranças dos obstáculos, das dúvidas, da preguiça. Num incessante “por quê”?
É menos o medo e mais o egoísmo? O inverso? Às vezes, sonho que ao acordar
serei outro, um que não estranhe “o outro”, o meu semelhante. Que karma! Só
maçadas em minha mente e nem o meu visual eu altero, que dirá o que é interior.
E paga-se um alto preço por ser quem se é. Mentalizo o mantra e um sorriso se
faz. Procuro uma estrela no céu paulistano à toa, serei minha própria estrela
esperando minha hora. Quisera esquecer todas as ilusões que me perseguem;
quisera me desdobrar em tantos “eus” para dar conta do que esperam de mim,
aqueles que tenham alguma estima por mim, sujeito indefinido. Melhor fosse
oculto, afinal “todos” vivem a ilusão de algo, dando margem para as mentes
trabalharem os “disse-me-disse”. Não invejo nada, nem ninguém, mas por vezes
entro num estado intolerável. Mas, como diz Clarice: “é por enquanto, enquanto
se vive”. Então tá. Quer dizer, nesse momento (infinito) tá osso, o cigarro quebra um pouco o fastio sentido. A busca pelo sentido de tudo parece não ter fim... preciso ler algo machadiano, talvez teria mais razões para sentir-me assim, com essa angústia, esse asco de tudo. Eu, "o que nega as origens", o "inteligente", o "viado", o"fi de fulano" o "que não fala", o" louco", o "metido", o"???" ... não eu não sei quem sou, que porra que tou fazendo aqui. Até agora não fiz nada de que posso me sentir importante, mas seria necessário? Enquanto se vive é sempre hora de deixar sua marca em algo, na vida das pessoas. Acho que é porque tive um bad day, por vezes veio a ideia de ficar num deserto, mas nem de sertão gosto...
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