Dúvidas. Dúvidas e mais dúvidas. É a sina de quem vive em
fragmentos. Daquele que nunca pensa a longo prazo. Dúvidas. Pior se fossem
dívidas. Ou não? De certo modo, não seria melhor ter como uma dívida, à própria
realização pessoal em detrimento da dúvida? E o prazo encurta. As rugas
aparecem. O arrependimento pesa na consciência. E eis que a vida, transforma-se
num poço de nostalgia e delírio. Ecos da infância atravessam a mente. Trazendo
a insônia e o peso das horas que parecem arrastar-se, em volta de um ser
perdido na própria força imaginadora.
E o mundo
externo é só “good vibrations”. Trânsito intenso, sons estridentes, bares, os
fast-foods, o i-phone 4 e um monte de parafernálias porvir. E eis-me aqui. Os
fios que me ligariam a esse mundo foram-me negados há tempos. Meu mundo
particular é um caos limitador. Paupérrimo. Pois, já que se tem de viver
renunciando a tanta coisa, nós próprios criamos barreiras, antes mesmo
de surgir alguma oportunidade, única que seja, de obter algo importante.
Vive-se a contentar com alguma parte do essencial, pelo temor em relação às
outras partes negadas. É o medo que escorre dos dedos. Que impede a ousadia de
sequer olhar em volta e colher uma resposta positiva. Quantas chances não se
perdem. Por viver a correr da própria essência, que é boa, sem maledicências.
Algumas
pessoas estudiosas da Bíblia Sagrada, afirmam que o mundo tá sendo dominado
pelas “forças do inimigo”. Todas as injustiças, tragédias e outras atrocidades
que acontecem é obra do “inimigo manipulador”. Como não sou adepto ao
cristianismo, atribuo tudo de injusto e trágico que acontece, a própria ação
humana, longe de qualquer interferência sobrenatural. São as atitudes humanas
que ao longo da história, acumulam guerras e uma propensão a dividir o mundo
entre opressores e oprimidos. De forma velada ou não. E há aqueles que se
reprimem. Quem nem buscam no sobrenatural, no excepcional, uma força que os encoraje
a emergir das cinzas o fogo que devore a vontade de viver e ver o mundo. O
mundo. Como ele é. Que exige de cada ser, a vontade e a coragem de dar o melhor
de si.
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