domingo, 4 de agosto de 2013

Zona do desconforto


                                 




        Dúvidas. Dúvidas e mais dúvidas. É a sina de quem vive em fragmentos. Daquele que nunca pensa a longo prazo. Dúvidas. Pior se fossem dívidas. Ou não? De certo modo, não seria melhor ter como uma dívida, à própria realização pessoal em detrimento da dúvida? E o prazo encurta. As rugas aparecem. O arrependimento pesa na consciência. E eis que a vida, transforma-se num poço de nostalgia e delírio. Ecos da infância atravessam a mente. Trazendo a insônia e o peso das horas que parecem arrastar-se, em volta de um ser perdido na própria força imaginadora.
         E o mundo externo é só “good vibrations”. Trânsito intenso, sons estridentes, bares, os fast-foods, o i-phone 4 e um monte de parafernálias porvir. E eis-me aqui. Os fios que me ligariam a esse mundo foram-me negados há tempos. Meu mundo particular é um caos limitador. Paupérrimo. Pois, já que se tem de  viver  renunciando a tanta coisa, nós próprios criamos barreiras, antes mesmo de surgir alguma oportunidade, única que seja, de obter algo importante. Vive-se a contentar com alguma parte do essencial, pelo temor em relação às outras partes negadas. É o medo que escorre dos dedos. Que impede a ousadia de sequer olhar em volta e colher uma resposta positiva. Quantas chances não se perdem. Por viver a correr da própria essência, que é boa, sem maledicências.
        Algumas pessoas estudiosas da Bíblia Sagrada, afirmam que o mundo tá sendo dominado pelas “forças do inimigo”. Todas as injustiças, tragédias e outras atrocidades que acontecem é obra do “inimigo manipulador”. Como não sou adepto ao cristianismo, atribuo tudo de injusto e trágico que acontece, a própria ação humana, longe de qualquer interferência sobrenatural. São as atitudes humanas que ao longo da história, acumulam guerras e uma propensão a dividir o mundo entre opressores e oprimidos. De forma velada ou não. E há aqueles que se reprimem. Quem nem buscam no sobrenatural, no excepcional, uma força que os encoraje a emergir das cinzas o fogo que devore a vontade de viver e ver o mundo. O mundo. Como ele é. Que exige de cada ser, a vontade e a coragem de dar o melhor de si.
       

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