sábado, 17 de agosto de 2013

Seboso

       Na correria pra comprar as leituras desse semestre a preços módicos, acabei recorrendo aos sebos. Há muitos no centro da cidade. lembro-me de ter lido certa vez que essa profusão de sebos era um reflexo da pobreza. O que tem lá muito de verdade. Toda essa troca e venda de livros, cd,s, dvd,s e afins remete a pobreza do homem que apequenou-se ao comercio. Muitos não desfazem-se de objetos por necessidade, mas, pra consumir algo mais novo. Que logo se tornará velho.
        Quem vai aos sebos com mais frequencia, não é quem vai atrás de alguma relíquia. Mas, quem não tem dinheiro pra comprar exemplares recém saídos da editora. Embora encontram-se nos sebos, livros bem conservados. Alguns novíssimos. Só que a imensa quantidade de livros velhos, com folhas bem amarelecidas provocam espirros e vertigens em seres frágeis ou frescos mesmo. Livros velhos, pessoas velhas, qualquer ser vivo ou bruto sofre com o passar dos anos. Esvai-se o verniz da jovialidade de tudo. O tempo nos rouba tudo. Vou fazer a oração caetânica já. Musiquinha chata. Hoje tou um saco.
         Estou cuspindo no prato que comi. Pois já recorri muitas vezes aos sebos. E toda frustração de hoje, é porque não encontrei os exemplares que precisava. Eu não queria comprar pela internet e ter que esperar quase uma semana pra chegar a encomenda. E até esqueci que os sebos possuem uma das maiores riquezas da humanidade: as ideias contidas nos livros que tanto abrem a mente humana.  Só pelo fato de existirem, até onde as páginas sobreviverem à ação do tempo, elas estarão lá. Como marca de que vivemos e deixamos um aprendizado dessa dádiva que é a experiência de uma produtividade. Afinal, mais importante que possuir um livro novinho, é a oportunidade de manusear o mesmo conteúdo num suporte que já passou por outras mãos. Mãos que transportaram as ideias para perpetuar o conhecimento.
     
     
     

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