sábado, 18 de abril de 2015

Rebeldia Que Rende




Capa da versão standard de Rebel Heart
         O décimo terceiro álbum de Madonna, Rebel Heart, é um dos melhores trabalhos da cantora em anos. Um dos aspectos que mais sobressai nas músicas de Madonna, é o eterno embate acerca das dualidades da vida. O que impressiona, a mim exclusivamente, é que ao contrário de outros artistas, Madonna sabe muito bem canalizar tudo (delícias e agruras da existência) em benefício de sua carreira. A história da música está cheia de gênios com comportamento autodestruitivo, vide Whitney, Amy, o próprio Michael Jackson, enfim Madonna é O ícone da (pers)resistência. 
      Se em Hard Candy, um fiasco fonográfico, ela já tematizava as dualidades, o doce duro que é a vida dela, e de todos, em Rebel heart essa verve surge bem mais intensa e ampla também: o álbum possui três versões, standard com 14 faixas, a deluxe com 19 e a super deluxe com 25. Ou seja, é quase impossível esse trabalho não possuir faixas poderosas ou hits radiofônicos. São canções verdadeiramente confessionais, só pra lembrar que um dos seus mais aclamados trabalhos, foi o Confessions On a Dance Floor, álbum de 2005. Há canções que agradam logo na primeira ouvida, como o segundo single Gosttthow, as faixas Devil Pray, Joan of Arc e as frenéticas Bitch i'm Madonna e Iconic. 
       A cantora desnuda-se, dessa vez literalmente, mostrando a contradição que se é: uma simples mortal num mundo incerto e em constante mudança (Wash all over me) e a dominatrix que se tornou sua marca (Bitch i'm Madonna, Sex) Um simples resumo dessa contradição é a faixa- título Rebel Heart onde ela rememora as descobertas da própria personalidade, é uma das faixas menos interessantes, pois soa como escritos de um simples diário adolescente. Entretanto, tendo-se em mente um conceito para o álbum, o título Rebel Heart é bem assertivo. 
     Nessa empreitada, Madonna se cercou dos produtores da vez, Diplo, Avici, Kanie West, entre outros, ou seja, seguir o fluxo sempre se chega a algum lugar, quando se detém o controle da situação. A típica leonina certamente extrai o melhor possível de seus "subordinados", vide a batida futurista de Illuminati, produzida por Kanye West? uma sonoridade mirabolante e futurista típica de Kanie. Ainda assim, é nas baladas que Madonna se apresenta mais, puramente ela mesma. Basta ver as interpretações ao vivo, a total conexão com a letra, como a performance de Joan of Arc, na Ellen DeGeneris. Um sucesso! (sou madonólogo assumido)
      Embora não seja sensasional como o etéreo e cultuado Ray of Light, esse trabalho constitue uma verdadeira aula de música pop para todos os gostos: é de se esperar que Madonna faça jus à sua fama de rainha da música pop. Dessa vez, ela conseguiu. E não há tombo em apresentação que não a faça se reerguer e dar o seu melhor.

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