quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Ao correr do teclado

Ao som de Brand New Me, By Alicia Keys

       É com um certo pesar  que nem sei do que discorrer aqui. Bateu um vazio. Uma impotência: “Não é nada é só coisa da sua cabeça” me dirão alguns. O que importa? Aqui estou. Já é outro momento. Consigo superar qualquer coisa. Fingindo não sentir é meu modo de não encarar a realidade. Não nos damos muito bem. Tentei entendê-la mas, até agora é só estarrecimento, estapafúrdia e mais um a porrada de substantivos desagradáveis. E que calor dos infernos! “Mas você é nordestino” disseram-me. Outra escarneou: “O Du é do Sul” Que porra! Falem bem falem mal, mas falem de mim. E assim linda e loira (Who?) mantive minha altivez, com o suor escorrendo em plena tarde no centro paulistano.
       Esse ano vai ser babado. Vai ter copa aqui, vai ter eleições e claro, aqueles velhos problemas que afetam o cidadão comum, que trabalha para pagar um monte de impostos. E muitas vezes, não tem o retorno de sua contribuição. Vou discordar de José Simão: Nóis sofre, mas às vezes nóis não goza. Ao contrário, gozam da nossa cara. Tão tirando a favela. Vide a polêmica dos rolezinhos. Algumas das marcas “ostentadas” pelos famosos participantes dos rolezinhos, não gostaram nada de ter sua imagem associada aos rolezeiros.  “Nóis só quer curtir” dizem eles. Fico pasmo com tanta alienação e aproveitamento disso por parte de outros. Nada está perdido, pra cada ação, uma reação. Uma semente, nem sempre frutificará para quem a plantou. No nascimento do fruto, tantos carpiram a terra, regaram a planta e então, cada um pega sorrateiramente o que lhe convém. Quanto pessimismo né? Pois é. E é tudo tão incerto, como filosofou Clarice Lispector.
       Pra variar, estou abalado por quem sucumbiu a maldição das drogas. Foi no domingo, 02 de fevereiro, um ator hollywoodiano talentosíssimo se foi. Como somos falíveis. Veja só: rico, famoso, uma bela família, carreira em ascensão... ele deixou tudo e todos que lhe admiravam. O mundo está perdido. Eu sei. É tão mesquinho qualquer forma de envolvimento com entorpecentes. Quantos não já se foram? Quantos ainda vão sucumbir a estas? Às vezes dá vontade de ir a um mosteiro e ficar o resto da vida. Talvez o desejo seja mesmo o culpado de nossa infelicidade. Digo, daqueles que recorrem a qualquer meio para não enfrentar, com lucidez e determinação as durezas e complicações das gentes.  Oh espíritos errantes sobre a terra! Castro Alves, seu lindo, errantes era no seu tempo. Agora a coisa tá feia mesmo. Pra se viver, tem que filtrar muita coisa. É tanta informação, tanta promoção, tanta frivolidade, tanta banalização. Cansa só de constatar.



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