domingo, 30 de junho de 2013

Eu nas canções e na literatura





         Dói admitir, mas sou pior que a Sandy: Tenho sonhos adolescentes, apesar de minhas costas não doerem. Como diriam uns amigos: - Shame on you. Já tenho trintão. E os sonhos adolescentes beiram a pura tolice. Gostar de sofrer. Imaginando um jardim florido e nuvens quando se está diante de um asfalto quente e deserto. De vez em quando dou vazão a um sorriso que provém de alguma lembrança adocicada. Da beleza que admiro em pensamentos. Que até eu mesmo dirijo- me um: Shame on you!
         Quantos tombos e nada aprendido. Carma maldito. Quisera ser seco de coração também. Coração mais sem graça que o da Florence Welch, cantado em Shake it out. Esse paraíso de amar não é pra mim. Contentar-me- ei com os livros da infelicíssima Clarice Lispector, que tanto buscou a essência de viver e de amar. E esse instante já é meu atestado de solidão e fracasso. Entre os pecados da gula, preguiça e avareza, entrego-me a um momento infinito desse instante já. Breve? Só a eternidade que ainda não conheço.
         "Mas renova-se a esperança, nova aurora a cada dia..." _ Milton, minha esperança já era. Tou conformado com esse fardo que é esse declínio de idealizar um amor que não dispõe-me nenhuma migalha de atenção. Mas uma hora a gente aprende. A alma clama por paz. O corpo também padece desse inferno de almejar o impossível. Tou até ouvindo o Blues da piedade. Afe! Nem eu tou aguentando esse momento fossa. Além do mais, esqueci de comprar cigarros e pepsi. Dois supérfluos que dou-me ao luxo de consumi em demasia. E ainda fico fazendo propaganda gratuitamente. Isso não sou eu. Imagine! Eu que sou alegre e não preciso sofrer por amor pra lembrar que estou vivo. Vou ouvir Daft Punk agora mesmo. E depois, nada de Clarice. Vou de Luís Fernando Veríssimo ou João Ubaldo Ribeiro. Esse último fui aconselhado por um amigo, a não ler na condução, "A casa dos budas ditosos", pelo teor erótico explícito na obra. Imagine! Quantas mulheres leem os " Cinquenta tons de cinza" e de todas cores, em todos os lugares. E eu, que não tou nem aí pra opinião alheia, vou me privar do deleite dessa leitura? Como diria uma colega da facu: -Ah vá!








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