A atual novela das oito apostou em
colocar (até agora) três personagens gays. Ohhhhh! Para tudo! O que esperar
disso? Menos preconceito? O mundo é gay? Ai tou lôca!!
Brincadeiras a parte, já que a arte imita
a vida e a novela é um dos maiores detentores de audiência da TV brasileira,
dependendo do enfoque dado aos personagens, isso tem lá seus pontos positivos.
Muitas pessoas (não entendidas), ao saberem que há personagens gays na novela,
logo pressupõem tratar-se de mais um estereótipo: ou a bichinha efeminada, ou o
gay enrustido e por aí vai as várias hipóteses levantadas pelos (as) curiosos.
O babado é forte.
Nessa novela, há um casal gay que pretende
ter um filho através de uma barriga de aluguel. Nossa que coisa né! “ Mas se
assim eles querem... Cada um sabe de sí.” “ Mas Deus já criou a noção de
família: o pai e mãe. Homem e mulher. Imaginem na escola, os dois pais indo pegar o filho.”
Ai, ai... esse e mais outros discursos serão ditos pela tradicional família brasileira.
Tão correta e sábia. A ponto de apoiar-se num fanático e alienante discurso
religioso que promete à salvação aqueles que não praticarem atos excomungados
pelo livro antigo, leia-se: Bíblia Sagrada. Claro que na Bíblia encontram muitas
passagens detentoras de ética, bom senso, etc. Entretanto, existem pessoas que
as interpretam ou dão ênfase somente às passagens que vão de encontro ao que
elas já acreditam e as tem como verdade.
Nossa! Até já tinha esquecido os personagens
gays de Walcyr Carrasco (Mona! Te adoro!!!) O novelista apostou num vilão gay
interpretado por Mateus Solano que lança mão de uma risada prá lá de forçada e
irritante, mas os jargões da biba são engraçados. Até eu, acho que salguei a
santa ceia. Aliás, ele ter ouvido eu falar que grudei chiclete na cruz de
Cristo. Ah Lôca! E haja maldade no coração dessa bicha má. Ai que meda! E há o
casal bem resolvido interpretados por Marcelo Antony e Thiago Fragoso. O bom
dessa “variedade” de personagens entendidos, é que acaba sendo uma maneira das
pessoas pararem de atribuir rótulos. Coisa mais medíocre. Cada ser é único no
mundo. Mesmo no grupo de homossexuais, cada pessoa tem sua personalidade
própria: introvertida, eufórica, sensata, mundana..., afinal somos humanos.
Esse fato já nos torna ausente de qualquer, rotulação atribuída pelo simples
fato de termos uma orientação sexual diferente do convencional. Humanos sim. É
assim que temos que ser vistos.
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