Leandra leal em sua premiada atuação do filme |
O lobo atrás da porta, como o título já sugere, é um filme
brasileiro que alude a célebre estória da Chapeuzinho Vermelho. É uma produção dirigida
por Fernando Coimbra e estrelada por Leandra leal, Milhen Cortaz, Fabíula
Nascimento, entre outros nomes de peso do cinema e televisão. A narrativa que fala
do sumiço de uma criança no subúrbio carioca é baseada em fatos reais que
ocorreram na década de 1960.
Na cena inicial de O lobo atrás da porta temos um delegado
desbocado, interpretado por Juliano Cazarré, colhendo depoimentos dos pais da
criança desaparecida, numa cena ágil que já aguça a curiosidade do espectador
pra saber como se deu o sumiço de Clarinha, filha da ingênua Sylvia (Fabíula
nascimento) e de Bernardo (Milhen Cortaz). O delegado intima com a fome e
sagacidade de um lobo, os pais da criança e a tia da creche (Karine Teles), esta,
afirmando ter liberado a criança após um telefonema da mãe autorizando que uma
amiga levasse Clarinha embora, uma vez que Sylvia estava doente. A cena apesar
de tensa – o quão desesperador é a impotência de não saber onde está um filho,
sendo criança então..., essa sequência tem alguma dose de humor negro provocada
pelo personagem de Cazarré.
Todavia o lobo dessa narrativa não é o desbocado delegado, há
mais pessoas a serem interrogadas. Que segredos os pais de Clarinha escondem?
Há quantas andava o casamento deles? É ai que Bernardo relata ao delegado que
tinha uma amante, Rosa (Leandra leal), jovem, bela, misteriosa, a presa ideal
para um predador tal qual vemos na feição de Milhen ao conhecer Rosa no vagão
do trem rumo ao subúrbio carioca. Ressalto que após a sequência do depoimento
dos pais de Clarinha, a narrativa abarca um tom de suspense, com vários
enfoques na nuca de Rosa, em seus passos intrigantes e maliciosos que tornam-se
mais intensos devido a trilha sonora em tais cenas. Nessa altura, o delegado já
chegou a Rosa e está ouvindo seu depoimento, não economizando, é claro, no
linguajar de baixo calão. A versão de Rosa nos coloca numa sensação de horror,
diante das consequências que certas atitudes provocam. Obviamente o verdadeiro
lobo dessa história merece cumprir sua pena como está descrito na lei,
entretanto, isso não isenta Bernardo de culpa pela forma como conduziu seu caso
com Rosa. O machismo ou sem-vergonhice de Bernardo provoca náuseas, não que eu
esteja a justificar Rosa.
Se este filme fez barulho nos festivais por qual passou,
chegando a levar importantes prêmios, isso é mais que merecido. Fernando Coimbra,
o diretor, juntamente como estelar elenco entregaram um filme perturbador,
apresentando um drama-thriller que configura a força do cinema brasileiro, ou
seja, um filme artístico, diferente do que as massas entendem por filme
nacional, uma vez que geralmente tendem a ter preconceito com as produções
brasileiras, por associarem à temática de favelas ou as comédias toscas como as
encabeçadas por Leandro Hassum e Cia.
P.S. Não esqueçam de verificar a classificação indicativa.
Bom filme!
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