domingo, 3 de agosto de 2014

Penar Imaginado



Até quando continuar revivendo?
Até quando ficar inerte à vida que corre?
Meramente como espectador da própria existência.
Quantas vãs tentativas de afirmação.
Tantas foram as tentativas de agarrar-se à vida.
E tantas, muitas frustrações.
Contam-se nos dedos os momentos de alegria compartilhada.
Quanto fel escorre de meus recônditos.
Quanto asco diante da mais "besta e vã alegria".
E tanta repugnãncia a tudo que não tenho.
E quanta precaução a tudo e a todos.
Por que só vivo depois que aconteço?
Por que sou só saudade e não atitude?
Pra quem deixarei minha miséria?
O que deixarei de miséria?
Mas do que adianta apenas sobreviver?
Sábia mãe que disse: - você tem dois braços e duas pernas.
E até hoje o que fiz foi meu melhor?
Contentando-me com os erros não cometidos.
Seguro morreu de velho, dizem.
Mas quem vive mais?
Quem mais vive ou quem melhor vive?
Continuo à deriva de mim e de tudo.
Pra quem farei essas toscas perguntas?
Até quando olhar para o nada?





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